quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um pouco sobre mim, o Camboja, a Tailândia e um pouquinho de Brasil, Iaiá!

Desde quando cheguei à Australia, ouvi de mim mesma: “aproveita que você está do lado de lá e vai conhecer o Japão e a China.” No entanto, sabe aquela pessoa que está sempre disposta a mudar os planos quando alguém apresenta uma outra possibilidade? Pois é, acho que aquela pessoa mora em mim. Há duas semanas fui à casa de uns amigos e lá conheci uma americana. Convesa vai, conversa vem, ela me diz que precisa sair urgentemente da Austrália, para manter o visto em situação regular (aquele truque: sair pra voltar com carimbo novo); e complementou, afirmando que aproveitaria o ensejo para conhecer a Tailândia e o Camboja, mas que estava buscando uma companhia.

"You’ve just found your girl." Eu respondi.

A partir desse momento, começamos a definir a rota, as cidades e como faríamos para viajar o mais rápido possível. Três dias depois daquela confabulação, estávamos voando para Phnom Penh, a capital do Reino do Camboja, ou Reino Khmer (palavra que denomina a língua e o povo do Camboja). Tudo que eu pude ler sobre o país no curto período antes da viagem só me ajudou a aumentar a curiosidade e o fascínio. Talvez você conheça a história que envolve o Camboja num dos maiores extermínios humanos; eu não conhecia.

O Camboja já foi um império, séculos atrás. Nesse período, foram construídos templos e palácios. Depois do apogeu e da resistência, apesar das invasões de países vizinhos (Tailândia e Vietnã) e guerras com países dito desenvolvidos, veio o golpe de estado, ocorrido na década de 70, com a ascensão do Khmer Rouge, liderado pelo Pol Pot. O resultado foi um genocídio “tão eficaz” que faz qualquer ditadura sul-americana parecer um ensaio do que a nossa maldade é capaz. Alguns livros informam que mais de 1/3 da população foi exterminda e minas explosivas espalhadas pelos recantos do país; até hoje se vê gente decepada, gatos sem patinhas e um aviso preventivo de só andar em locais indicados, quando viajando pelo interior.

Na capital de nome Phnom Penh, dois dos principais pontos turísticos são: killing fields (você pode imaginar) e a security prison (uma ex-escola transformada em prisão e máquida de tortura). Em termos de aparência, a capital é uma mistura de Itaboraí com a era do ouro, pois apesar da pobreza, Phnom Penh conta com palácios, templos e monastérios construídos no apogeu do império; a propósito, palácios e monastérios lindos. Até hoje uma cena recorrente na cidade é o passeio dos monges, em “lençóis” cor laranja.

A outra cidade visitada chama-se Siem Reap. Essa tem um dos templos mais bonitos que conheci, chamado Angkor Wat, dentre outros inúmeros.



Se houver tempo, faça a visita dos templos pelo big round, parando e visitando por mais de um dia; nesse caso, opte pelo tícket de três dias para visitar o Angkor Wat e os templos da redondeza. A cidade de Siem Reap tem uma vibração semelhante à de Buzios, embora não tenha praia; tem um Night Market que relembra a rua das pedras. Lá são oferecidas footmassage, massage, manicure, pedicure e comidas deliciosas a preço irrisório.

Você pode estar se perguntando o que mais tem de bom lá, pois saiba que apesar de tudo que eles passaram, o país está se recuperando de uma forma encantadora. Ao conversar com as pessoas locais, é fácil perceber aquela felicidade ingênua de que o pior já passou e que há uma esperança misturada com a certeza de nós podemos mudar a história.

O turismo está crescendo e aos poucos a cidade se recupera do trágico genocídio. As pessoas querem aprender e melhorar. Fiquei pasma ao me dar conta de que quase todo mundo lá fala inglês; cheguei a pensar que estava na Holanda. Quem sabe o Camboja transforme-se numa nova Holanda? Se você tiver chance de conhecer o Camboja, vá. Pois é possível que em cinco ou dez anos essas cidades cresçam assustadoramente e o encantamento do interior fique escondido em algum canto de difícil acesso; ou que o Camboja vire um grande mercado central, como se parece a Tailândia.

E por falar em Tailândia, fiquei impressionada com o tamanho de Bangkok. Porém apesar do tamanho e da impessoalidade, devo admitir que não senti nenhum temor de violência. Vou me reservar o direito de não falar dos engarrafamentos, pois não quero te desagradar com palavras chulas. Em Bangkok, eu estava me sentindo uma em seis bilhões, até que me reencontrei com uma grande amiga tailandesa, com quem dividi a moradia estudantil na Inglaterra.

A partir desse momento, Bangkok passou de cinza a azulada; ela nos levou aos lugares mais pitorescos, regados de uma comida deliciosa. Em todos os cantos de Bangkok, as ruas ou rios tornam-se mercados. São os weekend market, night market, floating market, China Town, e por aí vai. Thailand is good for shoppers. Não posso deixar de mencionar as variedades de orquídeas (que dá no meio da canela), frutas, comidas e ofertas de massagem; acho que assim como fazemos ginástica, o povo asiático faz massagem.

Na Tailândia assim como no Camboja, a comida tem semelhanças (o curry e o noodle) e é servida com garfo e colher, para que as pessoas dividam os pratos (e não se usa faca). Provei de tudo, com exceção dos insetos fritos. Mas nem tudo são flores: uma cena trise e comum de se ver: homens mais velhos com jovens tailandesas (if you know what I mean). Aparentemente, Bangkok já ultrapassou a linha da sustentabilidade e se aproveita abertamente do mercado informal. Talvez, por isso, tenha um caminho mais longo para alcançar a tão almejada qualidade de vida. Porém não é só de Bangkok que é feito a Taliândia.

Também conheci a ilha de Koh Samui onde foi filmado parte do “a praia”, com Leonard di Capri. É linda, a água quentinha e transparente. É uma Ilha montanhosa e verde, rodeada de hoteis e resorts, porém ao que parece esse paraíso está sendo ameaçado pelo crescimento desordenado. Adorei quase tudo lá, exceto um show de animais, dentre eles, um elephant show, no qual os participantes faziam um cabo de aço com o elefante, para ver quem tinha mais força; o elefante fez tanta força que se urinou. Fiquei com uma saudade do IBAMA. Ao me lembrar de uma viagem à Amazônia (reserva Mamirauá) e à Fernando de Noronha, percebi que o Brasil ainda está se esforçando para seguir a linha da sustentabilidade; e suspirei aliviada!

Se puder, conte qualquer impressão que teve o seu olhar sobre um lugar ou um povo! É uma maneira afordisíaca de aprender.

With love,
One of me.

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